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Recanto das letras

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PÉROLAS DO PASSADO

     Pérolas, caixinha de veludo,
     Coração jovem, acreditando em tudo,
     Cada uma delas seria, um ano,
     De vida juntos, brindando...

     Anos ali, guardando,
     Para ela, muito simbolizando,
     Tudo com ele compartilhando,
     Festa, agora com filhos, juntos, festejando...

     Muito mais pérolas, ele quis lhe dar,
     Mas ela, só queria das dela cuidar,
     Homem maduro, bonito, se afastando,
     E a mágica, sendo vencida... acabando...
    
     Naquele ano, para sua festa, contudo,
     Ao abrir a caixinha de veludo
     As pérolas, brilhavam, molhadas,
     Como se, lágrimas, sobre elas, houvessem sido, derramadas...

     Ao entrar na festa, coração batendo, do peito, quase saltando,
     Como sempre suas pérolas, usando,
     Viu no colo da outra, um colar de pérolas,
     Igualzinho ao dela... Ostentando...

          Lani

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O TELEFONE


     O telefone tocou, acordei assustada,
     Não precisei correr...
     Só tive que atender...  
     Embaixo do travesseiro, como sempre estava.

     Tua voz diferente, no “alô” soava,
     Meu coração cada vez mais, acelerava,
     Foram segundos eternos...
     Respiravas forte, mas, nada falavas...

     O sangue gelou-me nas veias,
     Minhas têmporas pulsando...
     Mãos suadas, tremendo...
     Vistas embaçadas, já com lágrimas correndo...
    
     A madrugada parou, naquele segundo...
     Eu antevendo o fim do mundo...
     Foi quando te ouvi, murmurando...
     -Oi só liguei para te dizer...
     -Que te amo muito... “Mais uma vez...”

      Lani
      

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O NEGRO


Dias há em que me pergunto,
Porque nasci assim,
Se eu fosse diferente;
Todos gostariam de mim.

Se eu sou o negro,
Por um detalhe de pigmentação,
Por dentro sou igual a ela,
Também tenho um coração

Ainda sou discriminada,
Apesar da evolução,
Sou a cor da escrava,
Que amamentou a revolução.

Sou do homem na senzala,
Que sofreu, muito apanhou,
Que foi tirado da pátria, da amada,
Do filho, quase nada lhe restou.

Sou de um povo orgulhoso,
Que para se libertar lutou,
Sou do quilombo dos palmares,
Que nas letras e nas artes, se aprimorou.

Sou do filho desta terra,
Sou irmão de outra cor,
Sou o negro, que ainda luta
Para mostrar que tem valor!


Lani

terça-feira, 15 de novembro de 2011

MÃE NATUREZA

      Mãe extremosa, carinhosa, que a cada manhã acorda o filho em sua cama, que com os raios do sol, beija seu rosto amado, e com cuidado abre a janela, deixando a brisa entrar, para seus pulmões abastecer de ar.
     Mãe, que num ato de amor, dá-lhe a terra fértil, para seus castelos de sonhos construir, e também para cultivar, dá-lhe os rios, que encheu de águas cristalinas, para que possa se banhar, beber, e com o peixe sua alimentação complementar.
     Uma mãe, que tudo dá ao filho, mas que também se decepciona, ao vê-lo sem  cuidado, destruindo, por desleixo, todo seu legado.
     Os raios de sol, pela poluição envenenados, o ar não é mais puro, tendo de ser purificado, e a terra que agora é seca, agredida, desmorona, e o rio quase sem peixes, onde o lixo é depositado.
     E, ela vendo isto se descontrola, manda a enchente, o vendaval, o raio, castiga o filho ingrato, num ato desesperado, impensado, mas que só ela sabe, ser justificado.
     Mas coração de mãe logo se arrepende, e para compensar o filho insano, enfeita a terra, com um Arco Iris deslumbrante, que vai surgindo lentamente, e a chuva mansa, que agora cai suavemente, são lágrimas da tristeza desta mãe, que ante o filho inconsequente, se sente triste, quase impotente...


                Lani  


              AOS MEUS AMIGOS OFEREÇO ESTE TEXTO, ESPERANDO SEUS COMENTÁRIOS, COM MUITO PRAZER E ALEGRIA, SIGNIFICAM MUITO PARA MIM.
                  ABRÇS

          

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O SONHO


     Hoje sonhei que estava no alto,
     De uma montanha sozinha,
     Caminhava, lentamente, a esmo,
     Sem saber ao certo o caminho.

     Não sabia aonde ia,
     Nem o que procurava,
     Mas algo me impelia,
     A continuar a jornada.
  
     Por bosques me embrenhei,
     Em lagos matei minha sede,
     Com o fruto me saciei,
     E com a folha me agasalhei.

     Ao sabor do vento me aventurei,
     Seguindo o caminho das flores me orientei,
     Sob uma frondosa árvore deitei,
     E em minha própria cama, acordei.

     Mas, lembrei, quando me levantava,
     Que no sonho com uma criança, caminhava,
     Ele me beijava o rosto, me dava a pequena mão e me conduzia,
     Será que era Jesus menino, pensando que eu era Maria?

           Lani


      QUERIDOS AMIGOS, ESPERO QUE  GOSTEM, E COMO SEMPRE
DIGO DA IMPORTÂNCIA PARA MIM DE SEUS COMENTÁRIOS,  EU 
OS RECEBO COM MUITO CARINHO.
zilanicelia@gmail.com