Seguidores

Recanto das letras

domingo, 22 de novembro de 2015

UM PRANTO COMPARTILHADO!

Uma cidade, um sonho tão lindo,
Muitas flores cultivadas pelo caminho,
Na rua brincava livre o menino,
O rio corria doce, onde bebia o passarinho...

Um estrondo ecoou muito forte,
O som foi alto, repercutiu de sul a norte,
Ninguém se deu conta do inusitado,
A barreira rompeu, está tudo acabado...

A lama corre desenfreada,                                                     
Soterra as pessoas, as casas, não sobra nada,
E Mariana, a menina, fita assombrada,
Não há mais igreja, vê a escola desmoronada...

A terra chora pelo que vai fazer,
Rasgaram-lhe a carne, que ainda está a doer,
De suas entranhas tiraram o feto, para enriquecer,
Queria avisar, mas o som não saiu, quando se pôs a correr...

E, enquanto toda a nação chorava a desfaçatez,
Outro som se repetia e ouvir-se, se fez,
Rá, ta, ta, ta...  Também era lama ou pura insensatez,
Um grito de morte e viu-se o sangue, com nitidez,
Só, que agora o pranto... Tinha sotaque...  Francês...


   Lani ( Zilani Celia)

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

ENCONTRAR-SE!


 Me curvo ante o tempo, de joelhos me prostro,
Sou parte do todo, um pouco do vento,
Me perco nas curvas, do esquecimento,
Condeno minh’alma, ao recolhimento...

Nas estradas da vida, caminho descalço,
Queimando meus pés, no calor do asfalto,
Como mártir desnudo, olhos fixos no alto,
Mãos trêmulas e postas, rumo, ao cadafalso...

Se a noite me encontra chorando, disfarço,
Um sorriso nos lábios, coração desolado,
Nenhuma palavra, na boca um gemido,
Tropeçando no mundo e em meu desatino...

Antevendo o final, em meu abraço, me acolho,
A chuva me molha, já não sinto meu corpo,
No frio dos sentidos, inconsciente me busco,
E, na noite do nada... Comigo, me encontro...

    Lani (Zilani Celia)