Uma
cidade, um sonho tão lindo,
Muitas
flores cultivadas pelo caminho,
Na
rua brincava livre o menino,
O
rio corria doce, onde bebia o passarinho...
Um
estrondo ecoou muito forte,
O
som foi alto, repercutiu de sul a norte,
Ninguém
se deu conta do inusitado,
A
barreira rompeu, está tudo acabado...
A
lama corre desenfreada,
Soterra
as pessoas, as casas, não sobra nada,
E
Mariana, a menina, fita assombrada,
Não
há mais igreja, vê a escola desmoronada...
A
terra chora pelo que vai fazer,
Rasgaram-lhe
a carne, que ainda está a doer,
De
suas entranhas tiraram o feto, para enriquecer,
Queria
avisar, mas o som não saiu, quando se pôs a correr...
E,
enquanto toda a nação chorava a desfaçatez,
Outro
som se repetia e ouvir-se, se fez,
Rá,
ta, ta, ta... Também era lama ou pura
insensatez,
Um
grito de morte e viu-se o sangue, com nitidez,
Só,
que agora o pranto... Tinha sotaque... Francês...
Lani ( Zilani Celia)