A noite cai, a mata antes verdejante,
Cobre-se
com um manto de estrelas, cintilante,
Abriga-se,
do vento frio, congelante,
Que
entre as árvores, corre livre, faz corrente...
No
caminho escuro, que só a lua ilumina,
Desce
o orvalho, em imaculada cortina,
O
medo se instala, a mente delira,
A
fera se amansa e lambe, a nova cria...
A
flor se recolhe, em sua delicadeza,
Protege
suas pétalas, de tão rara beleza,
A
língua do inseto, insensível, a tortura,
Tentando
arrancar-lhe, do seio, a seiva pura...
E
quando tudo se faz único, silente,
Da
terra surgem seres, brota a semente,
E o
que parecia ser morto, de repente,
Enche-se
de vida... E nasce novamente...
Lani (Zilani Celia)