A
noite cai, o frio se instala,
O
céu escurece, nenhuma estrela,
Na
rua, pelo nevoeiro encoberta,
Uma
figura, solitária espreita...
A
fome o consome, é insana a agonia,
Queria,
uma mão amiga, uma cama macia,
Uma
sopa quente, suas entranhas aqueceria,
Uma
manta seria, para ele, doação de Maria...
Contrai
os olhos, vê um lume, no escuro,
Como
fera acuada, temendo o perigo,
Sabe
que o golpe é sempre, inesperado,
E a
vítima, só mais, uma pedra no asfalto...
O
vento sopra forte, lhe açoita o corpo,
Sente-se
endurecer, de frio, e de desgosto,
Com
seu único amigo, se enrola num canto,
E aperta
o cãozinho, de encontro ao peito...
Sua
mente embotada se entrega ao sono,
Encosta
a cabeça, no colo de um anjo,
Que
com voz tão suave, lhe diz ao ouvido,
-Não
sofrerás mais, amigo... Enfim... Estás morto...
Lani ( Zilani Celia)