Como
paredes estreitas, esmagas meu peito,
Em
minha cabeça crias, um sonho obsceno,
De
minhas mãos pedintes, arrancas o aceno,
E na
boca cerrada, instilas veneno...
Como
fera me caças, meu medo é atroz,
Me
subjugas sem pena, sorrindo, algoz,
Preciso
de um grito, de ouvir uma voz,
Que
me arranque da morte, lenta, feroz...
Te
enroscas, me prendes, sem fazer um ruído,
Deixar-me,
muda e cega, pr’a ti faz sentido,
Me
tens por vencida, coração destruído,
Numa
luta inglória, apenas, um desatino...
Te
enganas silêncio, estou de novo sorrindo,
Uma
voz me chamou, tinha um som tão divino,
Já
ouço ao longe, o cantar, de um passarinho,
E o
som da água... Descendo o rio... De mansinho...
Lani (Zilani Celia)