Escapam-me
pelos dedos, como grãos de areia,
Pensamentos
emaranhados, como fina teia,
São
restos, migalhas, pedaços de mim,
De
pobres histórias, Sem começo nem fim...
Em alguns
momentos, está tudo ali,
Em
outros, só o vazio, de tudo esqueci,
Se
tive amor, se amei, abstraí,
Se
fiz alguém sofrer, nem me arrependi...
Se
pudesse escolher, queria lembrar,
Sofrer
por sentir, seria voltar,
Reconhecer-me
no espelho e por isso chorar,
E
saber que sou eu, quem está a me olhar...
Cada
fábula contada, foi por mim, encenada,
Agora,
sem roteiro a seguir, sem plateia, nem nada,
No
teatro vazio, permaneço sentada,
E a odisseia,
que aplaudo, calada e sozinha...
É, minha vida... Que, sem lembranças, definha...
Lani ( Zilani Celia)