A
manhã está fria, ainda é inverno,
Na
árvore, uma gotinha congelada de orvalho,
Protege-se, da réstia de sol, atrás de uma folha,
Não
quer derreter, mas, não há muita escolha...
Olha
triste, para a linda, flor amarela,
Pela
última vez, quer tocar sua pétala,
Sentir
seu perfume e com toda a candura,
Dizer
bem baixinho, o quanto a ama...
Quer
beijar seus lábios, mas, há pouco tempo,
Lança-se
ao ar, vai cumprir seu intento,
De
chegar até ela e por um só momento,
Ser,
sua seiva de vida, seu último alento...
Cai
a chuva, o vento a arrasta, numa forte rajada,
De
longe, vê seu amor, já toda molhada,
Desolada
ela chora, ainda presa a um galho,
Dá
adeus, à rosa amarela... A gotinha de orvalho...
Lani (Zilani Celia)