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Recanto das letras

terça-feira, 30 de abril de 2013

ESPERANÇA...


  

Se estiveres a sofrer, abre tua janela e grita,
Faça o mundo te ouvir, os braços agita,
Mas, saibas, o que te machuca e dilacera o coração,
Não interessa a ninguém, estás só e teu grito é em vão...

E quando nem mais voz, tiveres, chora,
Tuas lágrimas serão então, tua bandeira,
Diga estares entregue, por inteira,
E que sofres por amor, pela vez primeira...

Se quiseres, desabafar comigo, aproveita,
Também passei por isto certa feita,
Fui a primeira a única, a eleita,
Para depois, sozinha, ver minha vida desfeita...

Mas, Saibas que tua vida não será sempre assim,
Encontrarás alguém que te amará até o fim,
Enxugue as lágrimas, cultive o coração como um jardim,
Sou a “esperança”...  Confia sempre, em mim...

        Lani 

terça-feira, 23 de abril de 2013

VAZIO DE TI...

 Como esquecer-te, se estás em todo o lugar,
Na rua, na chuva, na calçada, no altar,
Aonde quer que eu vá, sei que irei te encontrar,
Esteja eu onde estiver, tu também vais estar...

De meu coração, ah, como eu queria tirar-te,
Em simples quimera poder, transformar-te,
De minha pele, conseguir raspar-te,
Mesmo sangrando, para sempre, de mim arrancar-te...

De meu corpo, fazes parte, sou tua sequência,
Já que todo ele reage a tua simples presença,
Se nem sequer respiro em tua ausência,
Minha mente, na falta de ti, beira à demência...

Minha vida, assim tão só, não tem sentido, é inútil, vazia,
Te busco na noite, no sonho, no pensamento, na nostalgia,
Tua lembrança é tudo que resta, é minha única alegria,
Meu corpo é deserto... Sem o amor... Que entre nós existia...

   Lani



segunda-feira, 15 de abril de 2013

SONS DA VIDA...


 
De onde vem a luz que me aquece e banha,
Vem também o som, que ouço e que me encanta,
O som é da voz alegre de uma criança,
E a luz, é da lua que passa e com carinho me abraça...

De onde vem o perfume que me envolve e inebria,
Vem também o calor, que me aquece e acaricia,
O perfume é da flor que desabrochou,
E o calor é do sol que na manhã despontou...

De onde vem o rugido que soa alto e me amedronta,
Vem também o cheiro forte, que me deixa tonta,
O rugido é da fera, que passa ao largo, solta,
E o cheiro é do mato, orvalhado pela brisa fresca...

De onde vem o brilho que ilumina a noite fria,
Vem também o rufar de tambores em plena euforia,
O brilho é das estrelas a procura dos amantes,
E o som é o canto dos anjos, aplaudindo ao amor... Triunfantes...

        Lani

segunda-feira, 8 de abril de 2013

DESILUSÃO...





Espalhei flores em tua caminhada da vida,
As cultivei, para perfumar teu caminho,
Me mantive um passo atrás, camuflada,
Sem pensar em mim, só em fazer feliz, teu destino...

Em noites vazias, velei por teu sono,
Em outras chorei, não estavas comigo,
Abusei de perfumes, beijos, encantos,
Usufruíste, como dono, por breves momentos...

Meu coração te entreguei, sem reservas,
Meu corpo te doei, sem restrição,
Minh´alma, em submissas entregas,
Esvaiu-se e ainda te pede perdão...

Perdão, por não teres me amado,
Por não ter sido dona do teu coração,
Por entregar-te minha vida, amor e carinho,
E recebido em troca, somente... Desilusão...

        Lani

segunda-feira, 1 de abril de 2013

FILHOS DA SECA...


  
Terra retorcida, poeira que se levanta na estrada,
Em desalento segue o homem, em sua solitária caminhada,
Na casa pobre, a família espera, pela água abençoada,
Que sabem, por causa da seca, nem sempre é encontrada...

Quando vejo o gado, pelas estradas morrendo,
De sede e inanição, sob o causticante sol, definhando,
Peço um milagre ao “Pai”, já que dos homens nada espero,
Divida nossa água do sul, com estes irmãos em desespero...

Quem pensa que este povo paga, por dever algum pecado,
Tem de saber que quem está á prova, é de nós o desinteressado,
Por não lutar pelo irmão, sem água, lá do outro lado,
Que para o filho, não consegue, nem prover, o pão sagrado...         

Enquanto os rios secam, os animais sofrem,
Vagando, com sede e fome, morrem,
A chuva não vem, as plantas se consomem,
O sol arde na cabeça e no coração do pobre homem...                     

E quando, alquebrado, cansado, se recosta na rede,
Rogando a Deus para salvar seu filho, inocente,
Que na pobre cama dorme, apesar da fome,
Não chora, poupa a lágrima, mesmo que correr tente,
Pois com ela terá... De amanhã... Saciar deste filho a sede...

          Lani