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Recanto das letras

quarta-feira, 30 de julho de 2014

TATUAGEM AO LUAR...

  
  
Num ritual, solitário e sagrado,
Em bela noite de luar,
Tatuou o nome dela, no corpo,
O sangue lavou no mar...

A água tingiu-se de vermelho,
A lua refletiu, como se, um espelho,
O rosto pálido, os lábios crispados,
E, adeus, a sofrimentos represados...

As lágrimas, formaram grandes ondas,
Que correram céleres, jogando, espumas brancas,
Encobriram a cena, prevendo o gesto impuro,
Não deixaram ninguém ver, tornaram o dia, escuro...

Lançou-se ao mar, alma estática, corpo ereto,
Entregou-se ele, do sofrer liberto,
Brilhou, no peito ferido, o nome escrito,
Gravado com o sangue... Que por ela, foi vertido...

          Lani              (Zilani Celia)




domingo, 20 de julho de 2014

INCOERÊNCIAS...


 
Há! Se te falasse tudo que pensa,
Diria que te ama e te odeia, de forma intensa,
E, quando afirmasse, que és tudo para ela,
Não saberias, se verdade ou mais incoerências dela...

Se um dia disser, para ires embora,
Seu coração aflito, dirá que não chegou a hora,
Que fala, só da boca pr’a fora,
Para não acreditares, no que te diz agora...

E, quando achares que a tens na mão,
Verás, que é pedra preciosa, sem lapidação,
Assim, se quiseres que seja, tua joia rara,
Terás, que admirar o brilho, que dela emana...

E, depois de grandes esforços e conquistas,
De muitas flores e promessas descabidas,
Ao perguntares, se quer contigo, dividir a vida,
Poderá dizer que sim... Ou, não...  Que, está arrependida...

  Lani                           (Zilani Celia)

quarta-feira, 9 de julho de 2014

TERRA SECA...


A tarde cai, escaldante, asfixiante,
Da estrada, poeirenta é caminhante,
A vegetação seca é seu tapete,
Uma nuvem encobre o sol, seria bom, se chovesse...

Arrasta seu vestido pela areia quente,
Na pele, a secura da vida que sempre teve,
Os cabelos queimados lhe cobrem os ombros,
Os pés feridos tropeçam, em antigos sonhos...

Olha para o céu, com olhar suplicante,
Pede- lhe de volta o amor, que se foi para sempre,
Partiu, em busca de uma vida melhor,
Para ela só restou, solidão e desamor...

Seu ventre árido, nunca verá crescer,
Não trará um filho, a esta terra, para sofrer,
Ser mãe da seca é ter que verter lágrimas, ao chorar,
Para a sede da criança... Com seu pranto, saciar...


             Lani      (Zilani Celia)