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Recanto das letras

terça-feira, 27 de novembro de 2012

CORAÇÃO FERIDO...




     Queres voltar para mim, mas que ironia,
     Ao ver-te partir, tudo dentro de mim, também morria,
     Por ti conheci a dor da desilusão, que eu não conhecia,
     Sem ti, foi viver cada dia em pura agonia...

     Como posso aceitar tua volta, se nada vivo ficou,
     Até a flor de nosso jardim, de tristeza murchou,
     Se tudo que chorei, nada para ti significou,
     Se todo o amor que te dei, não te emocionou...

     Enquanto saias, no chão eu desabava,
     E tu, resoluto para a porta caminhavas,
     Agora, não voltes mais te peço, por favor,
     Não creio que um dia me tiveste amor...

     Segue teu caminho, me dê à chance,
     De encontrar carinho e amor mais adiante,
     Este coração partido, que por ti foi preterido,
     Não quer que voltes, ouve seu pedido,
     Fique longe...  Ele ainda está... Muito ferido...
 

        Lani
    
     

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

ETERNA BUSCA...


             Vou sair à procura de mim, não me espere, vou demorar,
              Posso ir perto ou muito longe, no infinito a qualquer lugar,
              Vou subir até as estrelas, em constelações vou me buscar,
              Vou ao sol perguntar a seus raios, se eles podem me ajudar...
             
              Subirei na montanha mais alta, se lá não me encontrar,
              Pedirei ajuda aos anjos, para que venham me salvar,
              É que não posso seguir adiante, se não sei onde pisar,
              Quem sabe se eles conseguem, uma direção me indicar...

               Agora, só resta me procurar, na imensidão do espaço sideral,
               Se não adiantar, cair a noite e a escuridão for geral,
               Vou tatear tocar cada estrela, numa última busca pelo astral,
               Se tudo for em vão, me convencerei, que sou um ser irreal...

               Nada haverá a lamentar, nem mesmo adiantará chorar,
               Pois, minhas lágrimas secas, não regarão as flores do altar,
               Cansada da vida, sofrida, não mais irei tão alto tentar,
               Entrego-me a ti vento, me leve, espalhe minh ’alma ao luar,
               Pois, passei a vida tentando, sem nunca...
               Ter conseguido me achar...

                       Lani
               

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O ÚLTIMO CONCERTO...




 Enquanto os acordes do piano enchiam o teatro,
 Propagavam-se, como labaredas de fogo, preenchendo cada espaço,
 O maestro tocando, olhos fixos, puro encantamento,
 As respirações trancadas, silêncio absoluto, reinando...

 Os dedos ágeis incitavam as teclas a lhe obedecer, seguros,
 E delas os sons se sobrepunham, baixos, ou violentos,
 Ora como se quisessem explodir as paredes e sair pela noite,
 Ora como passarinho liberto a encantar com seu voo suave...

 Nos momentos em que as teclas pareciam ser feridas,
 Choravam, sob os dedos que como dardos as sangravam, magoados,
 Aos toques fortes gemiam, a dizer de suas tristezas e lamentos,
 Tudo silenciava e só se ouvia o farfalhar dos vestidos, das damas...

 Novamente uma tecla é solicitada e ela se exibe, exuberante,
 Corações querem saltar do peito, na magia do momento envolvente,
 O pianista respira fundo e faz o piano soltar um grito, lancinante,
 E o silêncio é quebrado e a melodia se impõe e domina o ambiente...

 A música se instala no ar e na alma de quem a ouve, neste crescente,
 O pianista se levanta se curva e ao público agradece, humildemente,
 Que só então seus cabelos brancos e seus olhos brilhantes, percebe,
 Ele beija comovido seu piano... Que silencia para sempre...
 E de pé é apludido... Neste último concerto... Comovente...

      Lani

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O ANDARILHO...



Sombra que desliza na noite, solitário, sem ninguém,
Perambula, sem rumo, seu destino está aquém,
A cada esquina, para, como se esperasse alguém,
É anônimo, companheiro da fome e dela se fez refém...

Transita nos parques, enquanto todos dormem,
Só entra em bons lugares depois que os outros saem,
Seu alimento é a sobra, se não comerem,
Dinheiro no bolso, apenas a esmola, se que lhe derem...

Quando chove, se molha, pois abrigo não tem,
Se tiver uma dor, aguenta, vai dizer para quem,
Deita para sonhar, mas até os sonhos o excluem,
A solidão o acorda, está só e de chorar seus olhos ardem...     

Ao olhar para o céu, conta as estrelas, que aparecem,
Em seu devaneio, pensa serem belas crianças a lhe sorrirem,
Na noite sombria, reza, pedindo a Deus que com ele falem,
Encontra alguém, tenta sorrir... Mas, todos dele fogem...

   Lani