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Recanto das letras

segunda-feira, 25 de junho de 2012

ESPINHOS DA VIDA

              Depois de muito viver, perguntei à vida,
              - Porque razão me fizeste penar?
              Agora será tua vez de pagar,
              - Quero uma flor perfumada,
              Por cada lágrima que me fizeste derramar...

              Poderias ter impedido, se é do destino o sofrer,
              E, que minha caminhada, numa leve jornada se transformasse,
              Não permitindo, que a este amor não correspondido me entregasse,
              E, a cada manhã, ter que minhas tristezas e lágrimas sorver...

              Com voz calma e grave, a vida me responde:
              -Estas flores que ora reclamas, sempre estiveram em teu jardim,
              Teus olhos, cegos não às viram, nem sentiste o perfume do jasmim,
              Mas, te digo, perfumaram teu caminho do princípio ao fim,
              Choraste sim, mas, não de dor, porque os espinhos que eram teus...
              Eu sempre os guardei para mim...

                         
                     Lani  (Zilani Celia)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

VOCÊ...


             Você é a luz que ilumina meu caminho,
              A seta que indica meu destino,
              A estrela que brilha em meu céu,
              A mão que retira meu véu...

              O coração que bate junto ao meu,
              A flor que em meu quarto amanheceu,
              O lençol de seda molhado,
              Pelo suor de teu corpo marcado...

              Você é a melodia, solta no ar,
              A cortina pelo vento a balançar,
              O sonho da minha insônia,
              Do meu coração a parcimônia...

              O jogo do amor a quatro paredes,
              A água, no deserto matando a minha sede,
              A vida e desencanto de meu viver,
              A tua ausência ao amanhecer...

             
            Lani
              

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O FAROL


Coração, náufrago em alto mar, à deriva,
Que, uma tábua de salvação procura,
À noite o acompanha, nesta jornada profana,
E a lua, o ampara em sua loucura...

E o mar revolto, que em sua fúria, não perdoa,
Leva para longe o coração da outra pessoa,
Deixar-se afundar, abandonar-se a morte, pensa,
Quando, um farol avista, acha que sonha...

E, vencendo as ondas, na imensidão,
Luta consigo mesmo, com o mar, com a devastação,
Afogando-se, na própria solidão,
Em desespero nada... Não encontrando nada, só a desilusão...

Este farol que vislumbra...  Na escuridão...
É a luz resplandecente, de um coração...
Nadando, em sua direção...

Lani

segunda-feira, 4 de junho de 2012

FLOR DA LAMA


              Rosa menina que desabrocha na lama,
              Flor, princesa, nascida sem realeza,
              Suas pétalas, tão cedo arrancadas,
              Jazem agora, inertes, na cama...

              Despojada de seu manto de rainha,
              Pelas noites, solitária caminha,
              A mercê da rua, da chuva, da vida,
              Sua coroa é só, uma bijuteria...

              Seu único enfeite é uma flor,
              Sem viço, está murcha e sem cor,
              A coloca no peito e sai em busca de amor,
              Só encontrando, sua companheira, a dor...

              A cada manhã, Rosa mais triste retorna,
              Nas mãos, só trás migalhas, esmolas,
              Da menina flor... Já nada mais resta,
              Olha-se no espelho, lamenta... E chora...

              Lani   (Zilani Celia)