É
quando te vejo ali, mãe, prostrada ante a inércia de teu filho que se foi, que posso sentir
que a guerreira entregou as armas, baixou a guarda, aninhou, ajoelhou e
chorou.
Chorou como nunca havia chorado, sentiu o que nunca havia sentido e
gritou, como nunca havia gritado, com todos os seus sentidos, com todas as
fibras de seu corpo se retesando, na esperança de anular tamanha dor.
Choras de dor, de indignação, de sofrimento, mas, daquele que rasga o
peito, dilacera o coração e esvazia a alma, que só uma mãe pode sentir, quando é
impedida de apenas ver, e de adorar, todos os dias de sua vida, aquele ser que
para ela é a representação maior dos seus motivos de luta, de esperança e de
glória.
E, ao ver-te assim me vem ao pensamento, neste momento, quantas noites
estiveste, como estás agora mãe, de joelhos, frente ao berço deste filho, velando
por sua saúde por algum motivo abalada, mas, sabias haver a esperança da cura,
de no dia seguinte vê-lo novamente a correr pela casa e do abraço apertado e
carinhoso antes de dormir.
Que teu corpo da dor se levante se retese, mesmo que tua alma permaneça
ali, de joelhos, que com a dignidade das mães desta tragédia o faças e que consigas
seguir em frente, embora saibamos nós, sem o teu direito maior, tão
amorosamente conquistado... De abraçar teu filho, em todos os dias de tua
vida...
Lani
ESCREVI ESTE TEXTO PARA QUE ESTAS MÃES, SINTAM-SE POR TODOS NÓS, ABRAÇADAS.
Zilani