Voei
como se fosse um passarinho,
Percorri
distâncias nas linhas do meu sonho,
Repousei
tristezas, no silêncio do espaço,
Busquei
forças, no vazio do meu cansaço...
Falei
ao vento, - De tristeza estou morrendo,
Te
peço, venta pouco, em meu momento,
Não faça
de meu corpo, um simples fragmento,
Nem
de minh’alma, da dor, o instrumento...
Me
leve ao ninho, na hora programada,
Será
pr’a mim, a última morada,
Poderei
contar-te, minha triste história,
De cansadas
asas e de muita luta inglória...
Quero
que a lua, me sirva de mortalha,
Que
um raio, corte o céu, como navalha,
E
cada estrela, ao ser por ele, dividida,
Ilumine,
o voo... Desta ave, em despedida...
Lani (Zilani Celia)