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Recanto das letras

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

MOMENTO MÁGICO...


E no caminho me vejo, seguido pelo tempo,
Perguntando-me, por aquele momento,
Aquele mágico, de trancar a respiração,
Digo-lhe, ser em vão, está vazio, meu coração...

Diz-me então, com ironia o tempo, - Teu momento passou,
Deves tê-lo deixado, naquela lágrima que chorou,
Naquele momento errado da vida, que muito te custou,
Ou quem sabe, no peito de quem não te amou...

-Onde está o teu momento?
Pergunta-me, incisivo e quase gritando, o tempo,
-Agora, não adianta chorares ou teres arrependimento,
Sozinho, terás consciência de teu lamento...

- Pobre coitado, viverás só, triste e desgraçado,
-Só terás as lembranças, do momento encantado,
-Pois em tua cegueira, não viste, desvairado,
-Que ele esteve... Por muito tempo a teu lado...

    Lani

terça-feira, 21 de agosto de 2012

NOITE ALTA...


  Um vento frio, gela meu corpo,
A crueza da noite deita-se, sobre mim,
Maldosa, a lua ri com escarnio,
Pois, meu amor chegou ao fim...

Onde estão, meu sorriso e alegria?
Seguem perdidos, nessa noite fria,
Que, de tão escura amedronta,
Minh’alma triste, que sem abrigo se encontra...

E a estrela, que fingida, pisca p’ra mim,
É só ilusão, deste coração, sofrido,
Que se lança do peito, desiludido,
Indo em busca, de um amor real, enfim...

E, ao dobrar a última esquina da vida,
Encurralada, penso ser meu fim,
Quando reconheço um vulto, cambaleando,
É meu coração, quase morto... Chorando...
Querendo voltar, para mim...

        Lani( Zilani Celia)                                                                     

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A SOMBRA

                       
              Com a noite, ela vem, sorrateiramente,
              Esgueira-se pelas ruas, lentamente,
              Procura sua presa, como serpente,
              É a sombra, presenciando um crime, impunemente...

              Quando a lâmina brilha no escuro,
              Rasga a carne, golpe desferido, profundo,
              Lambe o sangue, rindo alto, do moribundo,
              Despreza a vida, sombra nua, correndo mundo...

              Seu tempo já se esgota, mas, amor ela procura,
              Corpos brilham, iluminados pela lua,
              Sorve o gozo alheio e como ladra, continua,
              Encobre os amantes e traiçoeira, se insinua...

              Na flor da lama, boca vermelha, pintada,
              Enrola-se em seu corpo, quase sem nada,
              Segue sem rumo, desesperada... Será sombra, morta...
              Pela rival, que desponta... A fria, madrugada...


              Lani (Zilani Celia)

sábado, 11 de agosto de 2012

"PAI"

      Choveu, ventou, muito tempo se passou, mas, ainda guardo em meu coração, pequenas histórias, momentos, que somados, são uma vida inteira e tu pai, estás em todos eles.
      Tua imagem sagrada é, como um bálsamo, que colocado na ferida da saudade, a torna menos dolorida, mas nunca menor, menos importante, apenas, um pouco  mais amena.
      Lembrar de ti, é rever uma família, pai, mãe, irmãos, em volta de uma mesa, onde o alimento vinha de ti, não só o do corpo, mas, o da alma, que tão bem sabias ofertar e colocar sempre neles, muito carinho, muito amor, tua sabedoria e mais que tudo, tua generosidade de pai, para o qual, em primeiro lugar, estavam teus filhos queridos.
      “Um abraço a todos os pais, presentes fisicamente e aos que permanecem só no coração de cada um de seus filhos”

  

    Lani

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

CENA FINAL


Espero que ao abrir-se a porta o teatro esteja lotado,
Para que, na última apresentação, este artista inveterado,
Possa em vida, romper este silêncio, postergado,
E contar minha derradeira história, sendo enfim, aclamado...

Se achares triste, chores comigo, ou sorria, me fará bem,
Pensar que como artista da vida, consegui emocionar alguém,
E, ao ver as luzes se ascenderem e tudo acabar,
Teu aplauso possa, meu triste gemido, abafar...

Espero, que em cada cena, seja visível minha entrega,
Que meu corpo conte, o que com palavras não diga,
Que em meus olhos permaneça, uma última lágrima,
Para que vejas, que por ti, for derramada...

E que ao cair o pano, na cena final, do palco da vida,
Eu possa levar uma imagem, gravada em minha retina,
Ver-te em pé, me aplaudindo, na primeira fila,
Beijando a flor que te joguei... Já envolto na neblina...


      Lani ( Zilani Celia)