No mesmo horário ela chega , parece figura do além,
Há muitos anos espera, pacientemente, por
alguém,
Amor de juventude, por um jovem
marinheiro,
Que partiu, foi embora e há muito tempo,
não vem...
Ela continuou ali, esperar
é seu alento,
Agora, sem o filho nos braços que já
cresceu,
O amor ainda vive, latejando no peito,
Que não morre... Nunca morreu...
Tantos anos se passaram, a juventude se
esvaneceu,
Deixando-lhe, apenas, a beleza simples da dignidade,
De quem de tanto esperar, de si, já esqueceu,
Só lhe restando, por companheira a saudade...
A cada navio que atraca, ela corre, numa
louca euforia,
Seu coração, sofrido, iludido revive cada lembrança,
Mas
ninguém mais desce... Queda-se a alegria...
Ele não veio... Chora baixinho ao
esvair-se a esperança...
Olhar perdido, mirando ao longe, no
horizonte,
As lágrimas que rolam se confundem, com o
mar,
Vira-se e como sempre, caminha lentamente,
Amanhã, será um novo dia... Sabe que vai voltar...
Lani