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Recanto das letras

segunda-feira, 27 de abril de 2015

APENAS ILUSÃO !

 Deslizar a cada noite, na escuridão que assusta,
Estender a mão para o vazio,
Encontrar o nada em cada curva,
Estremecer ao sentir, do próprio corpo, o frio...

Que lhe gela a mente, degrada a alma,
Desviando os passos, da meta antes traçada,
Na palidez do rosto, estampada a mágoa,
E o imponderável, de uma mente desvairada...

Ter medo ao farfalhar da folha,
Não permitir que a natureza o acolha,
Descrente, não beber da água fresca,
Queimar-se ao sol, sem perceber a sombra...

Chorar sozinho a lágrima que queima,
Ter solidão, como única companheira,
Contar estrelas em noite enluarada,
E, procurar nas nuvens... A imagem da mulher amada...

    Lani ( Zilani Celia)




sábado, 11 de abril de 2015

ABDICAÇÃO !


Vejo-me ali, pela fresta da porta,
Sou eu, nua e crua, quase morta,
Rolam as lágrimas, mas, não me importa,
Ser pelo mundo, friamente julgada...

Cerro os punhos, ferindo com as unhas, as mãos,
Parada, sem defesa, sem reação,
Todos os dedos em riste, em minha direção,
Bato no peito e digo, - Pequei, mas, nunca por omissão...

Não permito que fechem a porta,
Quero ver-me, curvada, entregue, exposta,
Se tudo para mim, hora se acaba,
Descerei com dignidade os degraus de minha escada...

E, ao chegar ao último, ao derradeiro,
Quero que vejam uma a uma, as rugas de meu rosto,
E o esgar que entreabrir meus lábios, puro escárnio,
Seja, a irônica gargalhada...  De quem, pela vida toda,
Teve o riso... Aprisionado na garganta...


      Lani  ( Zilani Celia)