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Recanto das letras

domingo, 30 de março de 2014

CRUELDADE...


  
De joelhos, me posto,
Ante ti, cruel verdade,
Deixo, que me arranques do sonho,
E me exponhas, à dura realidade...

Abres meus olhos com os dedos e vejo o que não quero,
Arrastas-me, pelos cabelos, me abres sem dó, o peito,
Acendes os holofotes do palco embolorado,
E me expões como caça, morta em holocausto...

E assim cruel verdade, louca, alucinada,
Gritas-me impropérios, rindo, realizada,
Maldosa, me fizeste ver, o que sou agora,
Nada, do que pensava ser, eu mesma me enganava...

Enquanto a plateia de zumbis, a verdade, aplaude,
Um anjo se sobrepõe, a minha triste imagem,
Arruma meus cabelos, com um manto azul, me cobre,
E pela mão me leva... Para a mais linda viagem...

Lani                                  (Zilani Celia)






terça-feira, 18 de março de 2014

ÁGUAS PROFUNDAS...



 Lentamente, pela margem do rio do destino, ando,
Absorta, o vejo, a descer devagarinho, manso,
Suas águas profundas e escuras, como um manto,
Me atraem e a elas, quase me lanço...

Louca, penso ver-te, a me chamar,
E o rio, que passa por mim, tuas lágrimas a rolar,
A mesma aragem fria, que me paralisa, me envolve,
Te arrasta para longe, te leva embora, corre...

Vejo pegadas na areia e solitária as sigo,
Penso no quanto é extenso, este novo caminho,
Sei, que ao ver-te novamente, estarei fortalecida,
Pisei, nas marcas d’um anjo, que me trouxe de volta à vida...

E, se o amor me esperar numa curva da estrada,
O trarei para passear comigo, numa noite enluarada,
Faremos novas marcas, profundas, na areia fina,
 Paralelas, d’um casal, que de mãos entrelaçadas... Caminha...
       
 Lani                                     (Zilani Celia)