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Recanto das letras

domingo, 26 de agosto de 2018

UMA MÃE QUALQUER!

                                                                                   imagem da net 
  

Quem és tu, velha senhora,
Que fazes da calçada, tua casa, agora,
Não tens porta para abrir, não tens conforto,
Mas, há sempre um sorriso, em teu sulcado rosto...

De onde tanta força? Se és, só fragilidade,
Cabelos brancos, gestos lentos, sem agilidade,
O caos a tua volta, não te tira a dignidade,
Nada pedes, só esperas, por um gesto de bondade...

Pela manhã, teu desjejum é o vento,
Teu almoço, o descaso, o desalento,
Teu jantar, a chuva e o relento,
E tua cama, a dureza do esquecimento...

Quando a noite cai e surge a primeira estrela,
Há lágrimas em teus olhos, soa o sino da capela,
Relembras a vida, que um dia, te fez plena,
E o toque macio, de uma mãozinha, pequena...

Hoje enfim, irás ter, com a Mãe Maria,
Envolta no trapo velho, que no frio, te cobria,
Abandonarás o corpo, que na laje enrijecia...
Pedirás perdão, para quem, ignorava tua agonia,
Passava, te olhava... Mas, nem sequer... Te via...
   


 Lani (Zilani Celia)

sábado, 11 de agosto de 2018

MEU PAI!


      Minha homenagem aos "papais" neste dia que é só deles. Um grande beijo a meu marido,
Luiz Rossatto, ao meu filho Alessandro Salazar Rossatto ( pai de meu neto Pedro), ao meu filho mais novo Tiago Salazar Rossatto, (que em breve será papai) e ao meu genro Ricardo Lewis ( pai de meus netinhos Leonardo e Benjamin).
     Aos amigos que por aqui passarem, sintam-se abraçados e recebam meus parabéns pelo merecido dia


      Hoje, recordando minha vida com ele, senti um grande vazio e muita saudade.
      Pela manhã, quando eu acordava na mesa ele já estava, com um  copo de leite quente, um sorriso grande, que aquecia o coração da gente. Um amigo com quem se podia contar e eu sabia que este gigante, não era de histórias em quadrinhos, era real e era o meu pai.
      Enquanto o tempo passava, ele se apequenava, nem parei pr’a pensar que, enquanto eu crescia, ele envelhecia, não podia mais me acompanhar.
      Lembrei que quando criança, tuas história eu pedia e agora, ao contares uma, antes de a acabares já estou a me levantar, me dou conta, volto, mas, vejo em teus olhos tristes que percebeste, mesmo assim, me olhas e sorris, sem nada reclamar.
      Pensei nos raros beijos que te dei, os abraços foram poucos também, mas, chorar agora não adianta, não dá mais pr’a me desculpar, aqui tu não mais estás, o que fiz já está feito, o que não fiz é impossível recuperar.
      Debati-me nesta noite, agitada, na madrugada acordei, notei um vulto e assustada me levantei, era meu pai que ali estava e com carinho me falava: “Filha, te ouvi chorar mas, para não te acordar, meu retrato em tua cama coloquei, assim verias que como sempre, teu sono eu velei”.
      Então, emocionada percebi, que com seu retrato eu estava abraçada, que bom, foi tudo um sonho e assim como o fazia em criança, fechei meus olhos, lhe dei um beijo e em seu colo me aconcheguei...

                               Lani (Zilani Celia)