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Recanto das letras

sábado, 24 de maio de 2014

O CANTO DO PASSARINHO...



Escuto um pássaro, cantar ao longe,
Acho tão lindo presto atenção, ele se esconde,
Onde estará e chorará por quem?
Só um coração triste, tamanha tristeza, contém...

À medida que o ouço, algo me vem à mente,
Como tão pequenino, cantar assim tão pungente,
Emociona quem o ouve, ecoa tão longe,
Um lamento, que soa, dolorosamente...

O som, de uma grande árvore vinha,
Vi seu ninho vazio, seria por isso que choraria?
Ou, quem sabe pela poluição, que a cidade encobria?
Talvez pelo menino, que esmola na esquina pedia...

Daquela tarde no parque ainda lembro,
O tempo vai longe, mas, não esqueço o pobrezinho,
Nunca saberei, por que chorava o passarinho,
Mas, sei que não era canto... Era sim... Um sentido pranto...


          Lani            (Zilani Celia)

quarta-feira, 14 de maio de 2014

CORAÇÃO ALADO...

  
Ah! Coração!
Lembro-te jovem, com belas asas,
Voando alto, buscando sonhos,
E, era tão bom e eram tantos...

Vem comigo, vamos buscá-los no vento,
Mesmo sendo, nosso último alento,
Reviver cada um, nem que só por um dia,
Depois, exorcizá-los, na hora da Ave-Maria...

E após cada sonho, reencontrado,
Dar-lhe adeus, como se fora vivenciado,
Pertenceu a um tempo hora distante,
D’um passado já morto, o mundo seguiu em frente...

Ah! Coração... Velho, cansado,
Se já não podes voar, então, sonha acordado,
Mantenha contigo a essência da criança,
Está tudo aí... Gravado em tua lembrança...

     Lani               (Zilani Celia)


sábado, 10 de maio de 2014

MÃES SÃO ESTRELAS...



Voei alto em meu pensamento,
Alcancei as alturas, o firmamento,
Tentando saber o que me diria o vento,
Coração aflito para falar, mas, sem tempo...

Querendo algo, que não tivesse sido dito,
Especial, saído da alma, alto, como se um grito,
Dizer-te do amor que ainda trago no peito,
Que em vida, não soube dar-te direito...

Imaginando abraçar-te, como antigamente,
Choro a saudade, de tua figura, ainda presente,
Faz-me falta, teu afeto, forte, pulsante,
Deito-me a noite, para contigo sonhar, novamente...

Mas, mensagens, me chegam do céu, tão pungentes,
Que a mãe, ao partir, fica do lado do “Pai”, para sempre,
Sentada num trono, bordado de estrelas, flamejantes,
No colo um anjo... Que a chama de mãe... Pelo filho, ausente...


       Lani                  (Zilani Celia)

terça-feira, 6 de maio de 2014

DE VOLTA À VIDA...


Olha por uma fresta o mundo,
Surpreende-se, por um só segundo,
Pois, sabe que reclusa, sonhos não construiu,
Alienada, por tanto tempo esteve, que nada viu...

A luz, clara se esgueira, lhe ofusca a visão,
O ar puro penetra, preenche seu coração,
O sol que entra a aquece se faz presente,
Olha a lua e chora, pelo tanto que esteve ausente...

Seu olhar é tímido, como da adolescente, menina,
A cada passo, se equilibra como o faz o malabarista,
Pensa ter asas d’um pássaro, se lança no espaço,
Joga-se, corajosa ao vento, sem medo ou cansaço...

À solidão, que por tanto tempo lhe foi companheira,
Dá adeus, pois agora, ela é dor passageira,
Dos próprios escombros, ressurge forte, inteira,
Volta à vida, renasce...  É mulher...  É guerreira...


               Lani             (Zilani Celia)