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Recanto das letras

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

ALIENAÇÃO...



Olha-se no espelho, no escuro, é noite,
Vê-se, mas, não mais se reconhece,
Solta os cabelos, que lhe caem aos ombros,
E magicamente, é conduzida, de volta aos sonhos...

Retira as roupas, se desvencilha,
Lentamente, uma a uma, ao chão, as lança,
A música está tão alta que a deixa tonta,
Os sapatos joga longe e sozinha, dança...

Assim como veio ao mundo, sem nada, nua,
Das vaidades, despida e de alma pura,
Aliena-se de um mundo que a rejeita,
E, resignadamente, seu destino, aceita...

Já não está sozinha, naquela hora,
Abraça a própria imagem, que no espelho chora,
Quer secar suas lágrimas, não as alcança,
Perdeu a razão... Por falta de esperança,
Sorri, pensa ver um anjo... Voltou a ser criança...


     Lani               (Zilani Celia)

domingo, 17 de agosto de 2014

FINGIDA HARMONIA...


  
O silêncio pesa, entra pelas entranhas,
Nenhum som, nem ao menos palavras estranhas,
Dois seres agora, ocupando lugares diversos,
Nem os olhos se encontram, pensamentos dispersos...

Suas almas repousam, de sofrer, cansadas,
Em noites vazias, sós, desesperançadas,
Em jazigo perpétuo, cada sonho enterrado,
E o pranto ecoando, nas paredes do quarto...

Cama coberta, com lençóis de dissabores,
Não é mais macia, endurecida por rancores,
Carinhos não feitos, paralisados, adormecidos,
Engessados em tempos, já quase esquecidos...

E, enquanto o amor, lhes escorre da vida,
A solidão se agiganta, grande, desmedida,
Representam uma harmonia, irreal e fingida,
Na qual sucumbem... Morrendo um pouco, a cada dia...


         Lani        (Zilani Celia)

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

PAI!


   Escrevi esta poesia pensando em meu pai, que já não se encontra mais aqui em presença física, mas, que estará vivo para sempre em meu coração.

                            "PAI"

Quando pequena, me deste a mão, não tive medo,
Eras meu pai, me mostraste a vida e seus segredos,
E eu confiante, segui em frente, sempre te vendo,
Um passo atrás, me dando amparo, me protegendo...

Quando crescida, fui para a escola me ensinaste,
Que, estudar era preciso, fazia parte,
Escrevi teu nome em meu caderno, te orgulhaste,
Vi em teu rosto, todo o carinho com que me olhaste...

Ao ficar adulta segui à vida, mas, sempre te vi,
Quietinho, a me olhar de longe e, não entendi,
Que sem palavras, me preparavas, para viver sem ti,
Sabias que eu ficaria só...  Que, não estarias mais aqui...

Pai, tua falta me dói... Quero sentir de novo, teu abraço...
Pousar a cabeça em teu ombro e falar-te do meu cansaço...
Como em criança, em teu colo adormecer e feliz, sonhar...
Com nós dois... De mãos dadas... Novamente, a passear...



                        Lani   (Zilani Celia)

       

  Para meu marido, Luiz Rossatto, nosso abraço carinhoso por seu dia, eu e teus filhos, Inaliz, Alessandro e Tiago .

                        
   Para o Alessandro, nosso filho, que é pai do querido neto Pedro, um grande beijo.

PARA TODOS OS PAPAIS QUE POR AQUI PASSAREM MEU GRANDE ABRAÇO.

Zilani Celia.