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Recanto das letras

domingo, 23 de novembro de 2014

MOMENTO INESQUECÍVEL...

 Os olhos se cruzam, por um momento,
Já se olharam assim, faz muito tempo,
A mente aguçada, lhe trás à lembrança,
Um jovem bonito, quase criança...

Vê-se, também menina, naquele olhar,
Com belo vestido de festa, está com ele a dançar,
Sente seu braço forte, enlaçando sua cintura,
Num rasgo de lucidez, entende ser, pura loucura...

A atração é tão forte que não mais resiste,
Ele continua a fitá-la, ninguém mais existe,
Entrega-se à música, o abraça, carinhosamente,
Deixa levar-se e rodopiam, languidamente...

São tantas as luzes que a deixam tonta,
Sente que o tempo passou, dá-se conta,
O príncipe ainda existe, mas, só em seu pensamento,
Emocionada sorri, por reviver... Aquele lindo momento...

      Lani   (Zilani Celia)



quarta-feira, 12 de novembro de 2014

CORPO ERRANTE...

      Agradeço ao amigo J.R. Viviani, pela organização do  "3º prosas poéticas" e divulgo aqui o texto com o qual participei do evento.
 

Após percorrer tantos caminhos,
Carente de verdadeiros sentimentos,
Revelo os invernos que gelaram minh’alma,
Que carente se entrega, submissa e calma...

Sou corpo errante, em noites de chuva fria,
Que se abriga no escuro, na mais pura agonia,
Sem conforto, sem um sincero abraço,
Dentes cerrados, tremendo, de frio e cansaço...

Arrasto-me, de encontro ao injustificado,
Sofrendo perdas, pelo tanto que tenha errado,
Acuso no peito, cada golpe, em mim desferido,
A dor é intensa, e o sangrar é desmedido...

Ao raiar o dia, inicia meu novo calvário,
Coloco a máscara, num gesto arbitrário,
Suturo as chagas...  Estanco o sangue...
Rasgo a boca, para sorrir...  Exangue...


          Lani   (Zilani Celia)

     

sábado, 1 de novembro de 2014

EFEMERIDADES...

 A melodia a envolve e ela a sente,
Sua mente se expande, suavemente,
Desce as escadas, elegantemente,
O vestido leve, em seu corpo enrosca, como serpente...

De seus verdes olhos, saltam, faíscas flamejantes,
De seus lábios vermelhos, sorrisos, nada inocentes,
De seus cabelos, como ouro, luzes emanam,
De seu corpo perfeito, os sentidos, assomam...

Caminha, seu andar é de uma deusa,
Não é mais menina, é mulher adulta, feita,
Monopoliza olhares, finge não se dar conta,
Tem todos aos seus pés, sabe que os encanta...

Atravessa o salão da vida, é sua dança derradeira,
No lado oposto, o vazio, só a solidão a espreita,
Tenta postergar o tempo, que passou, foi embora,
Seu mundo mudou... Está só... E isto a apavora...

          Lani      (Zilani Celia)