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Recanto das letras

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A PROCURA

     O homem seguia pela estrada poeirenta, as vezes a tropeçar, o sol em suas costas ardia, sua cabeça fervia, seu corpo doía, já quase a delirar.
     O caminho era sem fim, aonde ia e quando chegaria ele não sabia, mas uma certeza o movia, precisava caminhar.
     Ele queria chegar a tempo, e mesmo quase morrendo seguia, não podia falhar, se parasse agora, seria o fim de seu tormento, mas ele ia,tinha que continuar.
     E assim o homem tremendo, quase desfalecendo, sem forças ia, a andar, já caminhava a dias, comia quando podia, suas roupas em frangalhos, com olhar de fera ferida que luta pela vida, sem uma lágrima a derramar.
     Seu coração doía, mas ele sabia o porquê do caminhar, e assim seguia em frente, e apesar do sol ardente, não podia parar.
     Quando a noite caía e o sol se escondia, seu corpo exigia, precisava descansar, respirava fundo, procurava um canto, e apesar do medo deitava e dormia porque no outro dia tinha que recomeçar.
     Já caminhava há tanto tempo, sem família e sem alento, o único carinho era do vento antes de chover, mas logo depois o açoitava, sua pele rasgava, o sangue a escorrer, e ele ali, só, desamparado, sem ninguém para o socorrer.
     E foi assim neste momento, já quase inconsciente que dele no caminho um velho se aproximou, colocou a mão em seu ombro ferido, dizendo, filho querido, estou contigo, sempre te acompanhei, velei teu sono, te amparei quando caíste, te alimentei, matei tua sede, mas  não impedi teu caminhar.
     Sei que só procuras a ti mesmo, aceita a mão que te estendem, pare de sofrer, não estás só no mundo, há muita gente a tua volta, precisas compreender, se não parares agora nas estradas da vida te perderás, aí meu filho, nunca mais te encontrarás!
    
                                                                                                                        Lani

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