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Recanto das letras

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

CACHORRO DE RUA

      Sou eu mesmo, é nesta que vivo, passo fome, maus tratos, noites inteiras caminhando, muitas vezes na chuva, nas outras acho um cantinho, me deito e apesar do frio, durmo, para poder sonhar com minha vida de antes...  Nem sempre vivi assim.
     Nasci numa casa, minha mãe me amamentava, ainda posso sentir o cheirinho de seu leite, tive vários irmãozinhos, brincava muito com eles, á noite nos enroscávamos, e dormíamos quentinhos e quando dava fome, ela estava ali, me alimentava e eu dormia de novo, era tão bom, sinto muita falta disto!
     Eu não tive muita sorte, tenho uma pata mal formada, e quando caminho, sou desengonçado, por isto minha dona vendeu meus irmãozinhos, mas, quem iria querer um cão como eu? (Mas eu juro, se ela tivesse ficado comigo eu faria de tudo por ela).
     Estou sempre á procura de minha mãe, ela não vai me reconhecer de tão sujo e maltratado que estou, mas eu vou, não vão pensar que foi ela quem me colocou no lixo, uma mãe canina, nunca faria isto. Quando nossa dona me pôs e arrancou o carro, eu corri muito atrás, mas com esta pata, não consegui alcançá-las, pela janela, pude ver minha mãe chorando, ir embora para sempre, por isto sei que ela estava triste.
     Na rua tenho vivido, comendo coisas do chão, estou feio, sujo, mas quando uma pessoa se aproxima de mim, eu a olho bem nos olhos, quem sabe alguém vai ver que sou manso e carinhoso, eu gostaria de poder lamber-lhe as mãos para demonstrar isto, mas, eles têm medo de mim, até me chutam para eu me afastar.
     Por isto te peço, se souberes de alguém, que possa me dar uma chance de novo, diga a ele, que eu durmo no pátio, não precisa comprar ração, eu como qualquer coisa, diga também, que não vai se arrepender sou manso, fiel, sou também muito corajoso, vou ser seu amigo para sempre, vou defender a ele e sua família com minha vida se preciso for, diga isso a ele,  por favor...
    

                                                                                          Lani

14 comentários:

  1. isso é muito triste e muito lindo também...às vezes a beleza é assim linda de não mais poder. beijos

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  2. Um texto triste, consistente e cheio de verdade, lindo blog. Parabéns, beijos na alma.

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  3. Olá Zilani, Obrigada por visitar meu cantinho, vim aqui conhecer o teu, gostei tanto que fiquei por aqui!
    Estou seguindo.
    Apareça mais vezes no meu espaço, adorarei te ver por lá.
    bjos no coração!
    http://maniasdadiva.blogspot.com/

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  4. Oi Zilani, prazer te receber em meu blog, seja bem vinda!
    Emocionante este texto, triste e verdadeiro.
    Quando tiver um tempinho visite meus outros blogs, será um prazer recebê-la.
    Faço também campanha pra retirada da verificação de palavras devido ao meu tempo curto pra visitar os blogs, depois de uma olhada na lateral do Vale do Sol Encantado.
    Beijos pra ti e ótimo fim de semana!

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  5. Olá, vim agradecer a visita. Obrigada! Já estou seguindo seu espaço. Bjos
    Bom fim de semana

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  6. Quanta sensibilidade em seu texto! O abandono, seja de animais ou de seres humanos, é terrível. São olhos tristes que buscam afeto e que têm um coração sempre cheio de esperança.
    Bjs.

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  7. Boa noite.

    Que todos iguais a esse, encontrem alguém para adotá-los com muito amor e dedicação.

    Um grande abraço.
    Maria Auxiliadora (Amapola)

    Estou lhe seguindo.

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  8. Oi Zilani!
    Não querida, minha família é toda de Minas mesmo. BH.
    Só agora que conheci o sul do brasil, me casei com um gaúcho. rs Ele é de Dom pedrito. Mas morava em São Leopoldo. Estive aí no início do ano, conheci porto alegre.
    Abraçoss
    Bom domingo
    =*

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  9. vc,zilani é fantastica cada conto,cronica ou poesia que leio fico com uma vontade de quero mais
    .obrigado

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  10. Olá,Zilani!!

    Um texto triste,mais infelizmente acontece tanto...
    Lindo conto!
    *Obrigada por visitar meu jardim!Seja sempre bem vinda!
    Beijos!

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  11. Um belo texto! Apesar que fiquei muito triste. Como queria encontrar este cãozinho para dar e receber carinhos beijos poéticos

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  12. Visitei e amei. Que histórias comoventes. Beijos na alma.

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Beijos, Zilani Célia.