A
noite cai a lua a enfeita,
Tudo
é magia, na pequena praça,
A
fogueira arde, o ritual começa,
A música soa a movimentação é frenética...
Num
clarão ela surge, ar de princesa,
No
pescoço o colar, da legítima deusa,
Contorce
o corpo, na folclórica dança,
O
fogo a reflete e sua imagem, a luz agiganta...
No
espaço, muita gente, não só de seu povo,
Sente
um olhar sombrio, enrubesce o rosto,
Da
pupila inquieta, que maquina, arquiteta,
Pressente
a maldade e com arrepios, seu corpo reage...
É
madrugada, quando à tenda se recolhe,
Ante
o perigo clama, por sua protetora, entidade,
Levanta
a voz, numa fervorosa prece,
E proteção,
a grande mãe, ela pede...
Ele
atirara-se sobre ela, já no estertor da morte,
Não
entende como, de suas mãos a cigana some,
Ainda
vê, sobre a cama, uma flor exangue,
E um
pequeno punhal... Coberto de sangue...
Lani (Zilani Celia)