Cala-se a voz, no semblante a brancura,
A garganta dói, ao raspar-lhe a palavra,
Não disse nada e ninguém nunca soube,
Quão linda seria, sua, última frase...
Com os olhos fechados a trancafiava,
Queria dizê-la, mas estava grudada,
Agitava os braços, ela não se movia,
Gritava em silêncio... E a voz, não lhe saia...
Com os olhos, pedia, - Não desapareça,
Queria sentir-te, falar - Não me esqueça,
Gritar por um nome, não o conseguia,
Um ronco, tão triste... E a voz, já não saia...
Tentou dizer tudo, ouviu-se um gemido,
Não era palavra, só, um triste grunhido,
Doeu tão profundo, que a alma o sentia,
Corriam as lágrimas... E a voz... Não mais saia...
Lani (Zilani Celia)