Saudades de um tempo, em que pr’a tudo
havia tempo e cuja premissa, era viver cada momento.
A vida passou e o tempo...
Ah! O implacável tempo, cobrou.
Flores plantadas e colhidas, pedras
lançadas e recebidas, feridas abertas e cicatrizadas e golpes sentidos e
desferidos.
Junto a essas lembranças revejo, dias e
noites se sucedendo, sinto uma garoa fina que ao cair, pinta de prata meus
cabelos e a névoa que envolve meu corpo, desvenda-me os mistérios, de um tempo
com pressa... Agora, quase sem tempo.
Em meu olhar saudoso, revela-se o passado,
as lágrimas correm para um tempo, que foi por mim ignorado e na quimera, escoam-se
meus sonhos, pois pelo tempo, também foram, vencidos.
Este mesmo tempo que já tive em minhas
mãos e abstraí, escorre agora entre meus dedos, levando consigo tudo que não
vivi.
Por isso te digo tempo, se um dia
novamente voltares, e eu ainda estiver aqui, traga de volta o que é meu de direito,
eu não desisti, do que lembro podes ficar, já o consenti, pois, mesmo lutando
contra ti, de minha história não me
arrependi, e por mais que queiras, tempo... Nunca a arrancarás daqui...
Lani (Zilani Celia)