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Recanto das letras

sábado, 10 de maio de 2014

MÃES SÃO ESTRELAS...



Voei alto em meu pensamento,
Alcancei as alturas, o firmamento,
Tentando saber o que me diria o vento,
Coração aflito para falar, mas, sem tempo...

Querendo algo, que não tivesse sido dito,
Especial, saído da alma, alto, como se um grito,
Dizer-te do amor que ainda trago no peito,
Que em vida, não soube dar-te direito...

Imaginando abraçar-te, como antigamente,
Choro a saudade, de tua figura, ainda presente,
Faz-me falta, teu afeto, forte, pulsante,
Deito-me a noite, para contigo sonhar, novamente...

Mas, mensagens, me chegam do céu, tão pungentes,
Que a mãe, ao partir, fica do lado do “Pai”, para sempre,
Sentada num trono, bordado de estrelas, flamejantes,
No colo um anjo... Que a chama de mãe... Pelo filho, ausente...


       Lani                  (Zilani Celia)

terça-feira, 6 de maio de 2014

DE VOLTA À VIDA...


Olha por uma fresta o mundo,
Surpreende-se, por um só segundo,
Pois, sabe que reclusa, sonhos não construiu,
Alienada, por tanto tempo esteve, que nada viu...

A luz, clara se esgueira, lhe ofusca a visão,
O ar puro penetra, preenche seu coração,
O sol que entra a aquece se faz presente,
Olha a lua e chora, pelo tanto que esteve ausente...

Seu olhar é tímido, como da adolescente, menina,
A cada passo, se equilibra como o faz o malabarista,
Pensa ter asas d’um pássaro, se lança no espaço,
Joga-se, corajosa ao vento, sem medo ou cansaço...

À solidão, que por tanto tempo lhe foi companheira,
Dá adeus, pois agora, ela é dor passageira,
Dos próprios escombros, ressurge forte, inteira,
Volta à vida, renasce...  É mulher...  É guerreira...


               Lani             (Zilani Celia)

quarta-feira, 23 de abril de 2014

(DE) MENTE...


  
Acordo assustada e onde estou não sei,
Num momento triste da vida, no qual me condensei,
Aprisionada, onde eu mesma me amarrei,
E, com incoerência meus sonhos desintegrei...

Se, nem lembranças restaram de minha história,
Cansada, alojo-me no escuro, alma desconsolada,
Como demente, a delirar, mente embotada,
Quero lembrar, mas, não posso, estou fortemente amarrada...

E no vazio que me envolve, fico me procurando,
Reconheço-me, num átomo de segundo,
Sou a imagem ainda gravada em minha mente,
Não a desfigurada, que vislumbro, insistentemente...

Meu espírito sofre, preso a um corpo decadente,
Vou libertá-lo, deixá-lo ir embora, livremente,
Abrir, o grilhão imaginário, que a ele me prende,
Assim, sem mim... Será livre, novamente...

Lani              (Zilani Celia)





sábado, 12 de abril de 2014

UM CORPO VAZIO...


 Deu adeus baixinho, sussurrando,
Ao ver o amor, se afastando,
Lentamente pelo escuro se envolvendo,
E sua figura, ir pouco a pouco se apagando...

Era apenas um corpo, ali plantado, parado,
O coração batendo forte, querendo acordá-lo,
Pulava em seu peito, desesperado,
Ele não se movia e não atendia seu chamado...

Suas veias pulsavam, como um rio bravio,
E ele paralisado, com o semblante doentio,
Seu sangue corria nas veias, em ebulição,
Vendo tudo chocar-se, como água num paredão...

Seus olhos vermelhos, rasos de lágrimas,
Que não corriam, paradas, estupefatas,
Queriam jogar-se, inundar lhe as faces,
Fazê-lo atrás do amor correr, talvez isto adiantasse...

As pernas se dobraram, ele caiu de joelhos,
Não há como ouvir do corpo os apelos,
Pois a alma cansada com o amor foi embora,
Deixou o corpo vazio...  Só com lembranças, agora...

      
  Lani              (Zilani Celia)


domingo, 30 de março de 2014

CRUELDADE...


  
De joelhos, me posto,
Ante ti, cruel verdade,
Deixo, que me arranques do sonho,
E me exponhas, à dura realidade...

Abres meus olhos com os dedos e vejo o que não quero,
Arrastas-me, pelos cabelos, me abres sem dó, o peito,
Acendes os holofotes do palco embolorado,
E me expões como caça, morta em holocausto...

E assim cruel verdade, louca, alucinada,
Gritas-me impropérios, rindo, realizada,
Maldosa, me fizeste ver, o que sou agora,
Nada, do que pensava ser, eu mesma me enganava...

Enquanto a plateia de zumbis, a verdade, aplaude,
Um anjo se sobrepõe, a minha triste imagem,
Arruma meus cabelos, com um manto azul, me cobre,
E pela mão me leva... Para a mais linda viagem...

Lani                                  (Zilani Celia)






terça-feira, 18 de março de 2014

ÁGUAS PROFUNDAS...



 Lentamente, pela margem do rio do destino, ando,
Absorta, o vejo, a descer devagarinho, manso,
Suas águas profundas e escuras, como um manto,
Me atraem e a elas, quase me lanço...

Louca, penso ver-te, a me chamar,
E o rio, que passa por mim, tuas lágrimas a rolar,
A mesma aragem fria, que me paralisa, me envolve,
Te arrasta para longe, te leva embora, corre...

Vejo pegadas na areia e solitária as sigo,
Penso no quanto é extenso, este novo caminho,
Sei, que ao ver-te novamente, estarei fortalecida,
Pisei, nas marcas d’um anjo, que me trouxe de volta à vida...

E, se o amor me esperar numa curva da estrada,
O trarei para passear comigo, numa noite enluarada,
Faremos novas marcas, profundas, na areia fina,
 Paralelas, d’um casal, que de mãos entrelaçadas... Caminha...
       
 Lani                                     (Zilani Celia)