Destranco
a porta, relutante a empurro,
Ponho
os pés na calçada, num pulo,
É
noite, recebo a brisa em cheio, no rosto.
Respiro
fundo, saboreando, seu cheiro e gosto...
Encantada
e livre sigo andando,
O
lago está limpo, não o estou reconhecendo,
Os
bancos da praça, agora, são todos brancos,
Há
flores, há frutos, lindos patinhos e gansos...
Continuo,
subindo a rua onde moro,
Alguém
se aproxima, vestido de branco,
Tem no
peito um crachá, uma máscara no rosto,
Rápido
some na porta, do hospital ali perto...
Penso,
só quero ir e vir, tenho esse direito,
Estou
tão feliz, curtindo o momento,
Vejo
um homem no chão, deitado ao relento,
Ao
seu lado uma placa, ”fique em casa”, dizendo...
Ainda
no escuro, de meu sonho, fui acordando,
Sentindo,
a energia do mundo, se refazendo,
Sei,
que o monstro lá fora, vai acabar morrendo,
Me
abraço tranquila, novamente... Adormecendo...
Lani (Zilani Celia)