Quero que só olhes e sem tocar, me sintas,
Como
o pintor, com a bela flor que pinta,
De imaginários
traços, surjam, minhas curvas,
E me
desnudes, ao frescor da cor da tinta...
Quero
que na penumbra, cries meu retrato,
É o
desafio, que nesta noite faço,
Meu
perfume te será, inspiração,
Suarás
frio, ao roçar, de leve minha mão...
Quero
ver, ao pintares, o meu colo,
Um
arrepio percorrer-te, poro a poro,
E, ao
surgir na tela, meu esboço,
Em teus
olhos gravado, o contorno, do meu corpo...
Quero
que sucumbas, ante tua obra prima,
Que
chores, ao ver-me exposta, naquela galeria,
Me deixaste
ali, sem pensar, quant’eu valia,
Com
o mesmo véu, que ontem me cobria,
E, a
um toque teu, sem pudor, aos meus pés... Caia...
Lani (Zilani Celia)