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Recanto das letras

sábado, 31 de outubro de 2015

ROMPENDO COM O PASSADO!

 
  
No decurso, desta noite longa,
É muito, o pouco que a vista alcança,
Tateia no escuro, buscando esperança,
Abre os olhos e a lágrima estanca...

Sobre a cama jaz, rasgada a fotografia,
Que ao passado, como corrente a prendia,
Nos lábios, um tímido sorriso desenha,
Levanta-se e titubeando caminha...

O espelho quebrado, sua imagem mostra,
Não se reconhece, branca, quase morta,
Nos contornos do corpo, que se desnuda,
A alma se enrosca e nova vida, busca...

Abre a janela, sente do ar a frescura,
Emocionada, grita alto, aponta pr’a lua,
-Sou grata amiga, pela companhia tua,
Não me abandonaste, foste para mim a cura,
Agora te convido... Venha comigo... Dançar na rua...

  Lani (Zilani Celia)





sábado, 17 de outubro de 2015

GOTAS AMARGAS !

 Arranco a pele que me envolve,
Exponho vivas, as marcas do desgosto,
Vazio de vida entrega-se, meu corpo,
Exangue, já quase um moribundo...

Meus pés tropeçam em pedras e palavras,
Afundam na lama, de fúteis sentimentos,
Transmutam sonhos, em horríveis pesadelos,
Que me acompanham, nas frias madrugadas...

Recolho galhos, sem rosas, só com espinhos,
Rasgam-me as mãos, a dor é desumana,
Agonizante, fustigo minh´alma profana,
E impiedosa, não lhe ouço os gemidos...

Tomo do fel, que me queima as entranhas,
Em delírio, grito, coisas loucas e insanas,
De minha boca escorrem, gotas amargas...
De puro sangue...  Suor...  E lágrimas...

     Lani ( Zilani Celia)





quarta-feira, 7 de outubro de 2015

EXORCIZANDO!


                                                                                           Imagem-Christian Schloe
Rasga a roupa, joga longe os sapatos,
Tira a presilha dos longos cabelos,
Levanta as mãos como que, a suplicar,
Por um perdão, que não sabe, onde encontrar...

Corre pr’a rua, quer fugir de si mesma,
Uma luz no escuro, lhe mostra o caminho, acesa,
Entra sem medo, na mata verde, cerrada,
Que misteriosa, a envolve e abraça...

Os pássaros, com flores, cobrem-lhe a nudez,
A fada do lago sorri, ante sua timidez,
A árvore como mãe, a acolhe em seu regaço,
Ela suspira e lentamente, rende-se ao cansaço...

Um raio de sol surge, vem aquecer seu rosto,
Sorri, não tem mais tristeza e nenhum desgosto,
Não há mais nada, que precise exorcizar,
Nesta noite conseguiu...  A si mesma, resgatar...


   Lani ( Zilani Celia)