Enquanto a lua banha de prata toda a terra,
A noite desce, por campos e
estradas, sobe a serra,
E lá no alto, abre os braços, faz o sinal da cruz,
Abraça o mundo, louvando ao Mestre Jesus...
E a mata virgem, agora explode em
perfumes e cores,
Aproveita a cumplicidade do
escuro, brinda aos novos amores,
E no ar se espalha o fértil pólen
das flores,
A fera se abranda e se acasala, do
vento, se ouvem clamores...
As estrelas surgem no céu,
libertas, brilhantes,
Sabem que a noite é efêmera, só
lhes dura um instante,
Correm para o mar e se miram
neste espelho ondulante,
E ali na imensidão, se convencem que
seu brilho é constante...
O universo, com a lua prateada
como testemunha, atua,
Os anjos se acomodam nos berços,
descem a terra, impura,
O homem na calada da noite, uma
guerra manipula,
Em desespero... A natureza chora
e gesticula...
Para impedi-lo de cavar... A
própria sepultura...
Lani