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Recanto das letras

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ATRÁS DAS GRADES


      Na calada da noite, envolvida pelo silêncio absoluto, corpo em frangalhos, coração despedaçado, só ouve os próprios soluços.
    Sua cabeça martelando, o tempo lentamente passando, seu peito arfando, e ela revivendo aquele momento, que não lhe sai do pensamento.
     Pensou em sua vida, sangrou a ferida, como ha tanto tempo fazia, noite após noite, numa autopunição atroz, sem trégua, sem piedade, sem guarida.
     O estampido em seus ouvidos ainda zunia, ele em sua frente, no chão, morria, a seus pés, como sempre sonhara vê-lo, por ela sofrendo, mas que fosse por amor.
     Quando o sangue jorrou, sobre ele se atirou e pedindo perdão, implorou.
     Seu último suspiro foi em seus braços.
     Sua cabeça descansou em seu regaço.
     Suas mãos entre as suas colocou.
     Seus olhos rasos de lágrimas, ele também chorou...
     Esta imagem não lhe sai do pensamento.
     Porque ele chorou naquele momento?
     Ela o viu, estava com outra, ele até a beijou.
     E sem pensar, num impulso, cega de ciúmes, atirou...
     Dele, não mais ouvirá a verdade, mas em seus olhos se apagando, sentiu sinceridade.
    Agora, nada mais importa, nunca terá a resposta, e por isto está lá, neste arremedo de vida, trancada, atrás daquela porta.
    Só o que lhe resta, é pensar em seus beijos, carinhos e abraços, olhos abertos, cansados, sem forças, no escuro, sabe que dali não sairá, que este na verdade será seu túmulo.
    O sol, não é mais para ela, porque em sua extrema loucura, quem mais nesta vida amou... Matou!


                                                                                 Lani 
     


  




10 comentários:

  1. Boa noite, Zilani. Obrigada pela sua visita e gentil comentário.
    Parabéns! Excelente essa agonia descrita em versos que foram me prendendo aos poucos.
    Eu não esperava esse desfecho, mas deixo registrado que ficou sensacional, e extremamente forte.Gostei muito da reação que produziu em mim.
    Eu acredito que ele estava realmente arrependido, e que existia amor.
    O QUE VOCÊ ESCREVEU, GERA DISCUSSÕES ETERNAS DE QUEM AMA NÃO TRAI. Talvez sim, talvez não.O sentimento é algo tão particular, que julgá-lo fica difícil.Trair não é nada bom, com certeza, antes um término, do que a deslealdade.
    Outra questão levantada, é sobre o ciúme em demasia, que com certeza é nocivo, e priva os sentidos por momentos.É extremamente perigoso, pois perde-se o equilíbrio, algo fundamental para se viver.
    A terceira questão levantada, é sobre o perdão.
    A pessoa traída que cometeu o crime por "amor", essa não se perdoará mesmo.Ela não perdoou a quem amava, e jamais irá conseguir se livrar da culpa.A vida para ela, acabou no instante em que apertou o gatilho, infelizmente.
    Parabéns sinceros, e espero rever-te.Já te seguindo.
    Beijo grande, e fique com Deus!

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  2. Oi passando para conhecer seu trabalho mais um pouco. Marilia L.Paixao do BVIWtecendoletras.

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  3. Lindo teu conto!Final forte e impactante! Gostei muito!

    beijos,chica

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  4. Zilani,boa noite!
    Parece até uma história baseada em factos reais, sim, porque infelizmente acontece muitas vezes.
    A traição é muito difícil de perdoar, mas ninguém tem o direito de matar. O ciume, às vezes cega, mas depois fica o peso da culpa para o resto da vida.

    Beijinho,
    Ana Martins

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  5. Olá Zilani,
    Fiquei encantada com sua escrita. O conto foi narrado com muita propriedade, despertando grande interesse.
    O ciúme doentio acaba provocando desatinos desse
    porte e infeliz de quem tem que conviver com essa dor na alma até o fim de seus dias.
    Fiquei feliz com sua presença em meu Recanto.
    Seja bem-vinda e volte sempre.
    Já estou seguindo este seu espaço encantador.
    Beijos.

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  6. Muito bem escrito seu texto. Cativa e interessa.
    Que bom que foi lá, porque me deu a oportunidade de conhecê-la.
    Esse tipo de crime, por mais reprovável que seja, ainda encontra a forte emoção e outros atenuantes legais. Pior é a vingança premeditada e fria.

    Bjs.

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  7. Boa tarde, Zilani. Passei para te agradecer o carinho e te reler.Espero outra genialidade sua logo!
    Todos deveriam ler esse seu texto ESPETACULAR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Parabéns mais uma vez!
    Adoro comentar com a alma, e é assim que sempre farei, pode ter certeza!
    Beijos, e fique com Deus!

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  8. Lani querida,
    Não sei como te passar um comentário pois estou tentando há horas e não consigo, nem para ti como para as outras amigas também.
    Abrçs.

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  9. Oi Lani,
    Enfim consegui.
    Gostei do texto acima,bem elaborado. O ciume às vezes leva ao extremo o que é de lastimar.
    Um abraço afetuoso.

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  10. Aqui estou a retribuir tua visita, Lani.

    E deixo meu abraço para acompanhar
    teus versos.

    El

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Beijos, Zilani Célia.