No circo da vida, o trapezista, que lá no alto se embala, faz piruetas, é lindo, gracioso, garboso.
Se arrisca, entre um salto e outro. A platéia aplaude, se assusta...
Ele, quando olha para baixo,vê braços estendidos, como a querer segurá-lo, sorri e orgulhoso continua...
Os saltos cada vez mais audaciosos prendem-no ao trapézio. Como uma ave ele voa e como uma fera no trapézio se segura.
E lá no alto entre um salto e outro ele continua...
Há rede de proteção.
Ele pensa:
- Sou jovem, tenho força!
E agarrado ao trapézio, com suas alucinações ele segue.
- Se minha mão falhar no espaço me lanço, não há perigo, sou jovem, forte e ainda há a rede de segurança!
E a platéia com os braços estendidos, com medo, tranca a respiração a cada novo salto, e tenta segurá-lo.
O trapezista, alheio, não pode perceber tudo isto, as luzes dos holofotes são muito fortes e ainda há a altura. E no trapézio, como numa viagem, ele continua...
A platéia, já no desespero, sentida, grita:
- Filho, saia daí, pegue minha mão, não dê este ultimo salto tão cedo, não há rede que o segure! Esta pirueta que queres fazer agora não tem volta filho! Aceita minha mão ou ela te será fatal!
Lani